Trecho do show “Classificando”, gravado ao vivo,
no Teatro Grande Otelo, em Osasco, grande São Paulo, em 2009, traz Flávio Reis
envolto num latente domínio de palco, nascido de fontes límpidas de inspiração,
como Maria Bethânia, revelando um artista pronto para dar altos voos dentro da
Música Popular Brasileira.
Se a técnica de palco fascina, a voz surpreende
ainda mais, numa interpretação visceral de “O
Que Será – A Flor da Pele” (Chico Buarque). Apesar da precariedade do som, não
se nos é escondido o talento que se desenha em Flávio Reis, mergulhado numa
segurança de palco, numa sensibilidade à flor da pele, que, para manter a performance
dramática, retém o potencial do agudo metal da voz, fazendo-o crescer lenta e
densamente, até despertá-lo num ápice que atinge um tom que arrepia, penetra
em um magnetismo de um canto solitário, que arremessa o mais sóbrio ouvinte a
um precipício no etéreo. Os agudos no final da interpretação ecoam num infinito
de beleza rara, que valoriza a canção, fazendo-a eterna aos ouvidos de quem
escuta.
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