quarta-feira, 27 de junho de 2012

FLÁVIO REIS - O QUE SERÁ (A FLOR DA PELE) - CHICO BUARQUE


Trecho do show “Classificando”, gravado ao vivo, no Teatro Grande Otelo, em Osasco, grande São Paulo, em 2009, traz Flávio Reis envolto num latente domínio de palco, nascido de fontes límpidas de inspiração, como Maria Bethânia, revelando um artista pronto para dar altos voos dentro da Música Popular Brasileira.
Se a técnica de palco fascina, a voz surpreende ainda mais, numa interpretação visceral de “O Que Será – A Flor da Pele” (Chico Buarque). Apesar da precariedade do som, não se nos é escondido o talento que se desenha em Flávio Reis, mergulhado numa segurança de palco, numa sensibilidade à flor da pele, que, para manter a performance dramática, retém o potencial do agudo metal da voz, fazendo-o crescer lenta e densamente, até despertá-lo num ápice que atinge um tom que arrepia, penetra em um magnetismo de um canto solitário, que arremessa o mais sóbrio ouvinte a um precipício no etéreo. Os agudos no final da interpretação ecoam num infinito de beleza rara, que valoriza a canção, fazendo-a eterna aos ouvidos de quem escuta.

VEJA O VÍDEO:

FLÁVIO REIS CONVIDA


De repente digitar aqui, minhas palavras, é conectar o mundo com aquilo que melhor há em mim, a música. Dizer que é em mim um dom, não sei, cantar é uma essência, é como respirar, aquecer do frio ou arriscar o corpo no calor. Quando começou a minha cumplicidade com a música, não me lembro, vem de família, sempre esteve lá.
Há alguns anos que me dediquei mais ao ato de criar composições, fazer músicas para cantores que eu admiro e, esqueci assim, da voz, da condição de intérprete. Transitei por várias vertentes da música, às vezes preso à vontade de ganhar dinheiro e não de descobrir a minha verdadeira essência, mas nada que se não me consumiu o prazer de cantar, respeitando sempre os gêneros musicais e, tirando deles, a mais completa felicidade de poder soltar a voz.
Cantei em aberturas de shows de gente conhecida, em palcos improvisados, casamentos, escolas, todos os lugares que se me chamaram. Em 2009 produzi o show “Classificando”, no Teatro Grande Otelo, em Osasco, ousando ir por todas as vertentes da MPB, de Chico Buarque a Cartola, de Djavan a Dorival Caymmi, pela primeira vez esqueci o compositor e soltei o cantor por completo. Ali, finalmente assumi o caminho que queria seguir dentro da minha música.
Este ano entro em estúdio, gravando um álbum com composições minhas e de vários compositores da MPB, fazendo assim um trabalho sincero, ao qual quero convidar a todos que me seguirem neste blog, a acompanhar este momento de pura magia, porque a vida nos privilegia assim: Vou por entre musas e músicas na alma. Assim eu vou e assim vamos nós a desbravar o oculto e inimaginável, mas real, infinito do som.
Fica aqui o convite para que conheçam o meu trabalho musical. Feito sempre com a emoção que vejo no mundo, traduzido em mim através da música.